quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Depois da crise, a miséria


 
 
 
 
 

4 comentários:

  1. Que se passa com o blog que cada vez que abrimos, temos que levar com a música do post da corrida do stalone?

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  2. A nossa democracia está numa encruzilhada
    por Sérgio Lavos
    Um texto que expõe as nossas escolhas, de Jorge Bateira:


    "Ao assinar o Memorando de entendimento para obter o financiamento que lhe permitiria satisfazer todos os compromissos financeiros, Portugal estava a sujeitar-se a um programa de ajustamento estrutural idêntico ao de muitos países de África, da América Latina, da Ásia e até da Rússia. O currículo do FMI é um verdadeiro desastre no que toca às políticas de ajustamento que impôs, a ponto de diversos países (destaque para Malásia, Rússia e Argentina) se verem forçados a romper com ele para, com políticas diferentes, finalmente porem as suas economias a crescer, criar emprego e desendividar-se. Com uma diferença crucial: esses países tinham uma moeda própria, embora no caso da Argentina com uma paridade fixa e irrevogável com o dólar. Já agora, desmentindo a narrativa posta a correr pelos comentadores neoliberais acerca do caso da Argentina, importa recordar um facto central: no segundo trimestre após a ruptura com o dólar (Janeiro de 2002), a economia argentina retomou o crescimento. Seis anos depois tinha acumulado 63% de crescimento do produto, deixando para trás três anos e meio de recessão e a desastrosa política de “desvalorização interna” que bem conhecemos.

    Guiados por um governo devoto do neoliberalismo em versão radical, ao fim de um ano e meio estamos mais conscientes de que entrámos numa espiral idêntica à da Grécia. Sabíamos que, ao contrário dos anteriores contratos com o FMI, desta vez não poderíamos contar com a desvalorização, e também sabíamos que a “austeridade expansionista” nunca passou de um mito porque na verdade a desvalorização sempre fez parte do pacote das políticas nos países apontados como exemplo. Por isso estava escrito nas estrelas que a execução orçamental de 2012 ia ser um fiasco, como será a a de 2013, embora agora o fiasco seja proclamado aos quatro ventos por muita gente que está bem na vida, sobretudo porque agora também vão ter de pagar algum… para nada.

    A UE conhece esta dinâmica mas não muda a política porque o liberalismo alemão (ordoliberalismo) não só está inscrito nos tratados, como é ideologicamente hegemónico na UE. Os sociais-democratas alemães e os socialistas franceses também defendem que os estados devem financiar-se exclusivamente nos mercados financeiros. Os portugueses, tal como os restantes povos do Sul da Europa, pensavam que tinham aderido a uma comunidade de estados solidários e que, integrando a moeda única, poderiam prosperar saudavelmente (sem endividamento excessivo) no seio de uma União cada vez mais integrada também do ponto de vista dos direitos sociais. Enganaram-se, porque embarcaram numa aventura que tinha todos os ingredientes para acabar mal. De facto, não há moeda sem estado, pelo que, ou a UE cria rapidamente um estado europeu federal, o que implica impostos e dívida europeus e transferências de recursos para os estados mais pobres, ou esta zona euro acabará, pelo menos para os seus membros menos desenvolvidos.

    A Alemanha fez a sua escolha. As exigências serão implacáveis até que o nosso país, destroçado como a Grécia, finalmente desista. Por isso fechou os olhos à (inevitável) derrapagem do Orçamento português. O preço da benevolência foi agora revelado: em 2013 dar-se-á início à destruição do modesto Estado-providência que a custo fomos construindo segundo os princípios da Constituição de 1976.

    Chegados a esta encruzilhada, já não podemos adiar a escolha. Desmantelamos o Estado-providência a pretexto de sanear as contas públicas após o que, já sem financiamento europeu, acabaremos por deixar o euro. Ou assumimos que chegou a hora de dizer basta!, recuperamos a soberania sobre a nossa moeda e reestruturamos a dívida pública."

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  3. A CGTP, os Estivadores e a Polícia: num país imaginário
    2 de Novembro de 2012 por Raquel Varela
    “A polícia não nos faz mal”, desabafo de Arménio Carlos para estivadores.

    “Líder da maior central sindical, visivelmente irritado, grita aos polícias do corpo de intervenção, que saiam da frente do parlamento e se juntem aos estivadores porque o parlamento é do povo e os estivadores são o povo” .

    Num país imaginário jamais o líder de uma organização sindical apela a homens desarmados, trabalhadores, para deixarem de incomodar a polícia, armada, que está a defender o Estado dos patrões. Num país imaginário a solidariedade com os estivadores, neste momento em greve, não teria nenhum limite, muito menos o limite da compaixão pela polícia.


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    _Publicado em cinco dias

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  4. ESTES ANIMAIS NEM PARA ELES SERVEM…
    2 de Novembro de 2012 por Carlos Vidal


    Como não tenho o mínimo de respeito pela merda desta casa<(arp) e por aquilo que representa (apesar de harmonicamente desenhada por Ventura Terra, um artista que muito aprecio), foi com muito bons olhos que recebi há pouco a notícia de que a ministra da Justiça, de que nem sei o nome nem quero saber, vai trabalhar com um corte de 500 milhões de Euros nas áreas da justiça e da defesa (o que também afecta o Macedo). Por isso, quando me lembrei dos hieráticos e medievais bófias que defendiam na última manif esta “casa” e as suas escadarias, lembrei-me que esses milhões talvez enfraqueçam estas máquinas caninas obedientes de escudo e viseira, e a próxima manifestação possa ter um desfecho diferente (quem sabe?). Gosto portanto muito da tal Paula não sei quê e mais ainda do “aspérgico” (como alguém se lembrou de referir) Vitor Gaspar, ao qual eu gostaria de perguntar que equação econométrica corresponde à definição kantiana de belo como o que apraz universal e desinteressadamente sem conceito. A propósito, da casa na foto, quando o povo a derrubar de facto e àquilo que representa, até gostaria que se preservasse o desenhado e pintado por mestre Veloso Salgado, e pouco mais.

    (Esta malta não precisa de defesa, eles são a defesa, o direito e a justiça, daí os cortes – até vão deixar de andar com segurança reforçada!)

    _Publicado em cinco dias \ Tag Asperge, Autismo, Cortar tudo, Ministra que não conheço, Outros \

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